O motivo é econômico. Cerca de US$ 8 milhões são empregados no país, por ano, em produtos para combater o problema. Bibliografias diversas apontam entre 15% e 20% de mortes de animais associadas à bicheira. A miíase, popularmente conhecida nas propriedades rurais como bicheira, é ocasionada por uma mosca pertencente ao grupo das varejeiras. É considerada como uma verdadeira dor de cabeça para os pecuaristas do Brasil e dos países vizinhos.

Nesta segunda-feira (9), primeiro dia da Conferência Rural da Zona Sul, realizada na 91ª Expofeira de Pelotas, o 16º Simpósio da Ovinocultura tratou de oferecer um amplo debate sobre o tema. Apesar de ter sido o carro-chefe da temática no seminário de ovinocultura, a discussão é mais ampla, pois a mosca atinge além dos ovinos, bovinos, equinos e até animais silvestres, e também outros mamíferos.

Entre os palestrantes, representantes do governo uruguaio, que buscam um acordo de cooperação com o Brasil afim de erradicar o inseto do outro lado da fronteira. Para que a medida seja eficaz, o apoio brasileiro é fundamental. E a razão é simples: o bicho pode percorrer, por dia, aproximadamente 20 quilômetros. 
Conforme o técnico da Associação Brasileira de Ovinos, Sérgio Muñoz, cerca de 70% da mão de obra na sua propriedade é empregada no tratamento da bicheira. A queixa dele teve eco entre os produtores presentes.

Mudar a forma de fazer
Antes de apresentar dados mundiais sobre a mosca, Martin Altuna, representante do governo uruguaio, questionou o público, de aproximadamente 250 pessoas, sobre quem tinha ligações com criação de animais, pelo menos 50% levantaram o braço. Na sequência: "Quem de vocês não tem problemas com esse bicho?", ninguém se manifestou. A pequena amostra, representada por produtores e estudantes, na maioria de Zootecnia e Veterinária, deixa claro que o problema é uma realidade enfrentada na região.

A proposta do país vizinho passa por uma mudança na forma de manejo dentro da propriedade. A ideia é fazer com que o produtor antecipe rotinas de esquila, assinalação e descole (corte da cola de cordeiros) para os meses de junho e julho, épocas de maior frio e, consequentemente, menor incidência da mosca. Na região esse tipo de prática ocorre na primavera, quando as temperaturas já estão mais elevadas.

Para Edna Silveira Correia, vice-presidente do Sindicato Rural de Pedro Osório e Cerrito e agricultora familiar, a alternativa apresentada pelo governo uruguaio não soou como novidade. Ela e o marido, Jorge Fernandes, já aplicam essa rotina na tosa das cerca de cem ovelhas da propriedade, localizada em Pedro Osório.

Outra medida, essa a longo prazo e na dependência de investimentos internacionais, está associada ao controle biológico, a partir da implantação de moscas geneticamente modificadas. Insetos machos, desenvolvidos em laboratórios, com capacidade de esterilizar as fêmeas.

No lado brasileiro, o projeto-piloto apresentado pelos uruguaios tem encontrado boa aceitação. Conforme Cristina Ribeiro, presidente da Casa da Ovelha, sete municípios da região, incluindo Pelotas, através de seus sindicatos rurais já abriram espaço para o tema. "A proposta também já foi apresentada à Farsul e está sendo encaminhada junto à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação. Para acabarmos com o problema precisamos unir forças." Segundo Cristina, as discussões devem ganhar força e em breve chegar a Brasília para então voltar como uma política nacional.

Recém começando
Nos corredores pouca gente circulando, a maioria dos estandes ainda em fase de preparação, alguns nos últimos detalhes e outros, iniciando a montagem. O grande movimento ficou mesmo por conta da Conferência Rural da Zona Sul. Na segunda-feira, os sete espaços destinados aos debates das cadeias produtivas, cursos e semanas acadêmicas estavam lotados e disputados. "É a fortaleza em genética abrindo um importante espaço de reflexão e de debates", definiu o presidente da Associação Rural de Pelotas, José Luiz Kessler, na abertura de um dos 160 eventos que ocorrerão durante a 91ª Expofeira Pelotas, no Parque Ildefonso Simões Lopes. A feira ficará aberta até domingo, das 8h30min às 20h.

Animais em pistas
Onze remates estão previstos durante a feira. Novamente abrindo a comercialização de animais na Expofeira, o 19º Leilão Montana ocorre na terça-feira, às 19h. Ao longo de todos esses anos de Leilão Montana, a qualidade apresentada pela Estância da Gruta, de Anna Luiza Sampaio Quinto Di Cameli, e pela Granja Santo Antonio, de Adolfo Fetter Júnior, tem tornado o montana referência para aqueles que apreciam animais de porte mediano, compridos, com excelente esqueleto e musculatura impactante, enfatiza o leiloeiro Eduardo Knorr, da Knorr Leilões, responsável pela condução do leilão.

Todos os touros oferecidos no remate possuem Ceip, certificado emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que assegura procedência, produtividade e potencial genético do animal, garantindo os números referentes às suas principais características de performance. O Ceip oferece ainda a garantia de que todos os touros oferecidos estão entre os TOP 26,5% melhores machos da sua geração, ou seja, um indivíduo verdadeiramente melhorador.

A oferta será de 40 touros e 30 fêmeas, todos geração 2015. Nas fêmeas que estão prontas para o primeiro serviço reprodutivo, o comprador ganha de presente duas doses de sêmen para cada novilha adquirida. "São touros altamente selecionados, com avaliação genética processada pela USP/Pirassununga (SP) e escolhidos a dedo para o remate. Quem quer incrementar sua produção pecuária, aumentar ganho de peso, precocidade sexual, sem abrir mão de carne e carcaças de qualidade precisa conhecer e testar o Montana", complementa Gabriela Giacomini.

Os animais vendidos no leilão, além de todas as condições e garantias anteriormente citadas, estarão sendo entregues com um seguro de vida e transporte válidos por 120 dias oferecidos graciosamente pelas estâncias vendedoras.

Os compradores do leilão poderão pagar seus investimentos em excelentes condições, 15 parcelas (2 + 2 + 11) sem juros ou 6% de desconto para quem optar pelo pagamento à vista, e aqueles compradores incluídos no programa de fidelidade recebem descontos cumulativos.

Antes do leilão, às 14h, dentro do Simpósio de Bovinocultura de Corte, haverá a palestra Alternativas para rentabilidade em tempos difíceis, apresentada pelo médico veterinário Fernando Velloso. Com enorme experiência em seleção de gado e consultoria agropecuária, ele também julgará os animais montana do leilão. Outras informações na Knorr Leilões, telefone (53) 3028-1400.

Agende-se

8h Minicurso Locomotor de Equinos - Núcleo Angus - Faculdade de Veterinária UFPel
8h Seminário de Bovinos de Corte - Casa da Amizade - Vetesul/ARP/Faculdade de Veterinária UFPel/Zootecnia/ FAEM/UFPel
8h VI Seminário Agaor - Florestas Plantadas/XII Semana Acadêmica da Engenharia Industrial Madeireira - Aeapel - Agaor/CEng/UFPel
8h30 Abertura III Seminário de Gestão Ambiental Rural - Auditório "Juntos para Competir" - SQA/UFPel/Ecocell/ Anselmi Advocacia/UCPel/Teias
8h30 Semana Acadêmica da Veterinária - Vetesul - Faculdade de Veterinária UFPel
8h30 Minicurso Veterinária - Núcleo Jersey - Faculdade de Veterinária UFPel
8h30 Minicurso Veterinária - Pavilhão Álvaro Azevedo - Faculdade de Veterinária UFPel
9h III Seminário de Gestão Ambiental Rural: Zoneamento Ecológico e Econômico - ZEE/RS - Auditório "Juntos para Competir" - SQA/UFPel/Ecocell/Anselmi Advocacia/UCPel/Teias
9h Julgamento de Admissão Bovinos Montana e Devon - Mangueiras - Núcleos das Raças Montana e Devon
10h30 III Seminário de Gestão Ambiental Rural: Licenciamento do agronegócio no âmbito municipal e estadual - Auditório "Juntos para Competir" - SQA/UFPel/Ecocell/Anselmi Advocacia/UCPel/Teias
13h30 Seminário de Bovinos de Corte - Casa da Amizade - Vetesul/ARP/Faculdade de Veterinária UFPel/Zootecnia/FAEM/UFPel
13h30 VI Seminário Agaor - Florestas Plantadas/ XII Semana Acadêmica da Engenharia Industrial Madeireira - Aeapel - Agaor/CEng/UFPel
14h Semana Acadêmica da Engenharia Agrícola - Núcleo Jersey - CEng/UFPel
14h Semana Acadêmica da Veterinária - Vetesul - Faculdade de Veterinária UFPel
14h Minicurso Veterinária - Pista Mangueira - Faculdade de Veterinária UFPel
14h Seminário Vitivinicultura e Olivicultura e Salão do Azeite e Vinho - Núcleo Angus - Embrapa/ASCAR/EMATER-RS/CAVG/SEAPI/Vinhedo Don Basílio
15h III Seminário de Gestão Ambiental Rural: Gestão Ambiental no agronegócio - Auditório "Juntos para Competir" - SQA/UFPel/Ecocell/Anselmi Advocacia/UCPel/Teias
15h Julgamento de Admissão Bovinos Angus - Mangueiras - Núcleo Angus
15h30 Julgamento Devon - Pista E - Núcleo Devon
16h Julgamento Montana - Pista E - Núcleo Montana
16h Arte na Rural - Visita à exposição - Salão Nobre - ARP/Centro de Artes e Pró-Reitoria de Extensão e Cultura UFPel/SESC-RS
16h15 III Seminário de Gestão Ambiental Rural: Aspectos jurídicos rentáveis na gestão ambiental da propriedade rural - Auditório "Juntos para Competir" - SQA/UFPel/Ecocell/Anselmi Advocacia/UCPel/Teias
17h30 III Seminário de Gestão Ambiental Rural: Mesa redonda: Atualidades sobre CAR, ampliação da ESEC Taim e Bioma Pampa - Auditório "Juntos para Competir" - SQA/UFPel/Ecocell/Anselmi Advocacia/UCPel/Teias
18h30 Salão do Azeite e Vinho Gaúcho - Pavilhão Álvaro Azevedo - EMATER/SEAPI/Montana
19h Seminário de Soja em Rotações - Casa da Amizade - Aeapel/Irga/Embrapa/EMATER/FAEM/ARP
19h Semana Acadêmica das Engenharias - Aeapel - Faculdade Anhanguera
19h Leilão Montana - Pavilhão Álvaro Azevedo - Knorr Leilões
19h Seminário Interdisciplinar de Direito Aplicado ao Agronegócio - Auditório "Juntos para Competir" - UCPel
19h Minicurso Zootecnia - Núcleo Holandês - Zootecnia/ FAEM/UFPel

Local
Parque Ildefonso Simões Lopes (avenida Fernando Osório, 1.754)

Horário
Diariamente, das 8h30min às 20h

Ingressos
Segunda a sexta: entrada gratuita
Sábado e domingo: R$ 10,00 (idosos e estudantes pagam R$ 5,00; crianças até 12 anos não pagam)

Estacionamento
Diariamente: R$ 10,00